Time for Change

Description

É a minha primeira fanfic 2pm e a primeira que posto neste site. espero que gostem ^-^

Resumo: Wooyoung é um dos muitos escravos que trabalham ilegalmente para a família de Junsu. Ainda em crianças começam a criar laços de amizade até chegar o dia em que, já adultos, têm de enfrentar a realidade.

Foreword

 

19 de Fevereiro de 1996

Mais um camião cheio de escravos aproximava-se da propriedade dos Kim. Deviam ser umas cinco da manhã, vinham sempre muito cedo para não serem descobertos, afinal, tráfico de escravos é ilegal e uma família de negócios tinha de manter o exemplo. Sem escravos, subornos, amantes, homicídios…

Junsu, o herdeiro dos negócios de família de 8 anos, andava a fugir da irmã gémea Ha Mary, depois de ter cortado o cabelo da sua boneca preferida, enquanto dormia, para dar à mãe. A mãe de Junsu e Ha Mary estava a curar o cancro e por esse motivo tinha perdido o cabelo.

Mary cansada de correr, vai até ao quarto do irmão e atira o seu peluche preferido pela janela, caindo mesmo na frente dos olhos de um dos escravos que saia da carrinha com uma corrente que percorria os pés de todos eles de uma forma bastante desconfortável e dolorosa.

Com cuidado para não ser visto, Wooyoung baixa-se e agarra no peluche com a forma de gato.

 

 

14 de Abril de 2001 (13 anos)

- Paaaai! O Junsu rasgou o meu vestido novo! – Gritava Mary entrando de rompante no escritório do pai. Ela sabia muito bem que não o podia fazer, nem tinha autorização de tocar naquela enorme porta de madeira com maçaneta dourada quanto mais passar por ela aos gritos em horário de trabalho.

Deu dois passos atras assim que viu o olhar furioso do homem que se levantou da cadeira forrada a couro, batendo com as duas palmas da mão na secretária. Com o movimento agressivo, a pequena fugiu segurando no pulso do irmão que se aproximava do escritório para se defender da acusação. Desde a morte da mãe, os dois irmãos tinham ficado completamente indefesos às alterações de humor do pai. Não é que este lhes batesse, mas os sustos eram enormes!

- Porque é que estamos a correr?! – Perguntava já ofegante.

Ha Mary olhou para trás e parou de correr quando teve a certeza que não estavam a ser seguidos. Olharam à volta e perceberam que estavam nos terrenos das minas. Junsu já lá tinha estado como futuro herdeiro uma vez, mas para Mary era um mundo completamente novo. As pessoas carregavam coisas pesadas sozinhas, as suas roupas eram velhas e estavam rasgadas e maltratadas, nalguns casos a existência de algum tipo de peça de roupa era quase nula, os corpos musculados e feridos provocavam arrepios na rapariga. Estava a ter um choque social enorme e seria difícil esquecer aquele cenário pavoroso. Tanto como foi para Junsu no dia em que lá foi com o pai pela primeira vez.

- Vamos embora… - Murmurou Mary agarrando a manga do irmão.

- Hn. – Assentiu procurando o caminho de volta. – De onde viemos?

- Dali… - Apontou para um dos muitos caminhos de terra batida. – Ou dali…  - apontou para outro caminho completamente desnorteada.

- Vamos perguntar.  - A rapariga gritou agarrando mais fortemente a camisola do irmão. – Não te preocupes, eles não nos podem fazer mal.

- Prometes…?

- Prome… - Quando ia acabar de responder um corpo cai-lhe em cima atirando-o para o chão.

O rapaz, que aparentava ter a mesma idade dos irmãos, levanta-se, sorri e continua a correr com uma cesta de maças nas mãos.

- Hey! Pedir desculpa era simpático! – Resmungou sacudindo as calças.

Logo de seguida, dois homens passam a correr seguindo o rapaz das maças, juntamente com uma senhora de avental que os irmãos conheciam muito bem. Era uma das empregadas, a que lhes dava doces, e por isso a mais adorada.

- Ye In! – Exclamaram correndo para junto da senhora.

- O que fazem aqui?! – Perguntou escandalizada.

- Perdemo-nos. – Respondeu Ha Mary.

- Vamos, eu levo-vos para casa. – Dizendo isto esticou as duas mãos para as crianças.

- Quem eram aqueles? – Perguntou Junsu.

- Não precisam de se preocupar com isso, foi só um rapaz que roubou as maças da colheita.

- Tanta coisa só por maças?

- Aqui as coisas funcionam de forma diferente…

- Como? – Perguntou Mary.

- Ah… Quando crescerem percebem. – Sorriu continuando a andar por entre os trilhos até avistarem a mansão.

 

 

5 dias depois…

Wooyoung continuava a fugir desde o roubo das maças, tinha-se escondido nos ramos de um árvore grande e antiga, com tantas folhas seria difícil de o encontrarem.

As poucas maças que tinha conseguido levar sem caírem do cesto tinham acabado, queria procurar mais mas tinha medo do castigo que iria receber quando o encontrassem.

Ouviu um relinchar de cavalo seguido de um grito sofredor, com o susto, desequilibrou-se e por pouco não caiu da árvore.

Quando deixou de ouvir os trotes do cavalo voltou a sentar-se no ramo pensando que quem quer que seja, tivesse voltado, enganou-se. Assim ia encostar a cabeça ao troco começa a ouvir gritos a chamarem por socorro.

Pensou que fossem novos escravos a serem castigados tal como ele era regularmente. Pode-se mesmo dizer, que apesar de só ter 12 anos, Woo, era o único que fazia frente aos guardas e não era discreto a roubar comida. Alguns diziam que era a ingenuidade da idade, outros acreditavam que tinha uma personalidade forte e que ainda ia ser aquela criança que os iria salvar a todos.

A súplica continuou. Não pareciam os gritos de dor das chicotadas e não ouvia aplausos ou risos como era costume nos atos de massacro.

Agarrou no cesto, com o seu boneco de peluche lá dentro, e, cuidadosamente, seguiu o som da voz. Não muito longe da sua árvore, estava uma valeta, dentro dela vinham os gritos que aos poucos iam enfraquecendo. Wooyoung pôs-se de joelhos e espreitou cuidadosamente lá para dentro.

Podia ter jurado que era uma rapariga pela voz mas a aparência não enganava ninguém. O rapaz aparentava ter a sua idade mas pela forma como se vestia era sem dúvida de outra classe.

- Precisas de ajuda?

Junsu tenta levantar-se mas com a queda tinha-se ferido e não conseguiu olhar para cima.

- Quem está ai? – Perguntou assustado por não reconhecer a voz.

- Queres saber que eu sou ou que te tire dai? – O mais novo sorriu com o silêncio de Junsu.

Olhou em volta procurando algo que o pudesse puxar. A valeta não era muito funda e talvez apenas esticar o braço o conseguisse tirar dali, mas par isso Junsu precisava de ficar de pé.

- Consegues agarrar a minha mão? – Wooyoung esticou o braço o máximo que conseguiu.

- Dói-me tudo.

- Isso são só uns arranhões não sejas criança!

- Tem sangue! – Defendeu-se conseguindo, finalmente, olhar para o rapaz que lhe esticava o braço.

- Queres que vá embora? – Retorquiu o rapaz.

- Não! – Com alguma dificuldade levantou-se e esticou o braço. – Não chego!

Wooyoung mordeu o lábio inferior. Olhou em volta e pouco depois atirou a cesta das maças para a valeta.

- Sobe ai para cima. – Ordenou.

Junsu ia virar o cesto para baixo quando vê o seu antigo gato de peluche, que Ha Mary tinha atirado pela janela há uns anos. Abraça o boneco fortemente antes de subir para a cesta e agarrar a mão de Wooyoung.

Assim que se vê em terra firme, sacode a roupa e olha seriamente para Wooyoung.

- Quem és tu?

- Um obrigado era simpático. – Resmungou reavendo o peluche que Junsu segurava e retomando caminho para a sua árvore.

- Hey! Devolve-me o Miau! – Gritou Junsu referindo-se ao boneco.

- Miau?! O nome dele é Senhor Bigodes e é meu! Miau… que nome estupido…

- Tinha 3 anos quando lhe dei o nome e posso provar que é meu! E Senhor Bigodes é ainda mais estupido que Miau… - Resmungou agarrando no boneco e virando-o de barriga para o ar. – Vês? Tem o carimbo do meu pai, a minha irmã experimentou-o aqui quando mo deram nos anos.

- Eu tenho o Senhor Bigodes desde que aqui estou, é o meu único amigo e tu não o vais levar! É meu! – Puxou de novo o boneco abraçando-o.

- Vai brincar com os teus pais ou assim, o Miau é meu! – Tirou o boneco dos braços do mais novo violentamente.

- Eu não tenho pais e o Senhor Bigodes é meu! – Woo voltou a puxar o peluche mas desta vez Junsu segurou-o com força.

Puxaram o gato de um lado para o outro acabando por o rasgarem. Cada um ficou com uma pata na mão, o resto do boneco caiu no chão e rebolou até à valeta.

Junsu espreitou para o buraco avistando o boneco todo desfeito.

- Viste o que fizeste?! – Virou-se repentinamente para Wooyoung irritado.

Woo agarrava carinhosamente na parte que tinha ficado na sua mão enquanto pequenas lágrimas caiam fortemente dos seus olhos.

- Hey… - Chamou Junsu. – Eu é que devia estar triste… O boneco era meu…

Ao ouvir aquilo Wooyoung começa a chorar mais pesadamente deixando Junsu desamparado.

- Hey… para lá… pareces uma menina… - Murmurou desconfortável com a situação tocando-lhe no ombro.

Ao sentir o toque Wooyoung deixa-se cair no chão ficando sentado enquanto chorava agarrado aos restos do boneco.

- Eu… eu dou-te outro boneco pronto. Tenho muitos que já não uso…

- O Senhor Bigodes não era um boneco! Era meu amigo, o meu único amigo aqui! – Gritou levantando-se bruscamente. Passou a manga pelos olhos limpando algumas das lágrimas.

- Eu não tive culpa não grites comigo!

- Devia ter-te deixado no buraco! – Grita com todas as forças que tinha.

- Idiota!

- Eu salvei-te a vid… - O barulho do seu estomago esfomeado interrompeu a frase.

Junsu começou a rir. O mais novo envergonhado, abraça a barriga com cara de amuado a olhar fixamente para o chão.

- Tens fome? – Perguntou Junsu por fim acabando de rir.

Wooyoung olhou para o lado.

- Se eu te der comida deixas-me em paz com a história do Miau?

- Ele chama-se Senhor Bigodes…

Junsu sorriu começando a andar para casa seguido por Wooyoung.

- Por acaso não viste o meu cavalo? Ele deixou-me cair e fugiu! Covarde… - Resmungou.

 

 

Onze anos tinham-se passado desde que Wooyoung e Junsu se tinham tornado amigos próximos. Agora, Junsu tinha 24 anos e Wooyoung 23.

Kim Junsu tinha herdado os negócios da família, o seu pai tinha sido aconselhado pelo médico a descansar por causa do stress excessivo, mas claro que ele não fazia isso… Apenas atrapalhava o seu trabalho e se não fosse a madrasta e a meia-irmã de oito anos So Ra, seria bem pior!

Wooyoung continuava a trabalhar nas minas e a ser castigado diariamente pela sua rebeldia. Junsu tentava parar isso mas infelizmente o negócio dos escravos ainda estava nas mãos do pai.

Houve até mesmo um dia em que Junsu tinha chamado Wooyoung, num dos seus raros momentos em que estava a trabalhar, para irem comer qualquer coisa. Nesse mesmo dia Woo foi descoberto e agredido pelos guardas, em forma de castigo. Junsu estava lá, estava a assistir àquela cena de horror e não pode fazer nada, não foi capaz de desobedecer às ordens do pai para salvar o amigo. Sentia-se um mostro quase tão grande como o pai. Naquele momento não havia diferenças entre eles…

Desde do incidente, nunca mais tinha estado com Wooyoung, tinha-se enterrado no trabalho para conseguir superar o pai e puder finalmente acabar com aquela escravatura. Só assim ia conseguir olhar novamente para o rosto do mais novo.

 

 

- OPPAAAA!

O rapaz rapidamente levantou a cabeça da secretaria cheia de papéis.

- Se o pai te apanhasse ias trabalhar para as minas. – Gracejou Mary. - Continuas a não conseguir dormir de noite?

- Hn. – Assentiu com a cabeça enquanto reorganizava os papéis que tinham servido de almofada.

- Devias de ver isso… Vou procurar a So Ra. Ela deve andar a partir coisas como de costume.

- Hn.

Ainda meio ensonado, agarra numa caneta e volta ao trabalho. Tinha tido pesadelos horríveis com aquele dia, não conseguia parar de pensar no mais novo e se ele estaria bem ou não.

Já estava quase a cair no sono quando ouve um grande barulho vindo da janela.

- ABRE! – Gritou Wooyoung batendo fortemente na janela.

Junsu suspira e obedece.

Mal o rapaz salta para dentro do escritório, baixando-se junto da janela, passam de seguida um monte de seguranças a correr.

- Woo-Woo-Wooyoung… - Murmura atrapalhado sem conseguir olhar-lhe nos olhos. – Que fazes aqui…?

- Tive saudades tuas. – O coração Junsu deixa de bater por um momento. – E fome. Queres comer? – Wooyoung sorriu mostrando-lhe um saco cheio de pão. O saco estava decorado com umas flores e uns bonecos infantis.

- Tiras-te isso à So Ra?

- Ela é muito fácil. Seria ainda mais fácil se ela não gritasse sempre que me vê.

- Hn. – Junsu senta-se no chão ao seu lado tirando um dos pães do saco.

- Estás chateado comigo? – Murmurou Wooyoung quebrando o silêncio que se tinha instalado.

Num movimento rápido, Junsu olha finalmente para a cara de Wooyoung encontrando uma expressão triste onde estava sempre o sorriso travesso. Nem quando o viu ser castigado tinha aquela expressão tão dolorosa no rosto.

- É melhor eu voltar. – Wooyoung levanta-se rapidamente metendo um sorriso na cara, mas Junsu percebia muito bem que era um sorriso falso.

Sem conseguir dizer nada para o impedir, Woo salta pela mesma janela por onde tinha entrado desaparecendo por entre os arbustos.

 Junsu apoiou a cabeça nos joelhos pensando em como as coisas tinham chegado aquele ponto e como sair dele. Não demorou muito até ter voltado a adormecer, ultimamente adormecia em todo o lado mas infelizmente não tinha sonhos tranquilos…

Acordou agitado com a respiração ofegante. Continuava no chão debaixo da janela mas agora tinha uma almofada e uma manta a tapa-lo. Olhou em volta até encontrar Taecyeon e confirmar as suas suspeitas.

Taecyeon era o mordomo, mas acima de tudo um grande amigo. Eram muitas as vezes em que ele ajudava Wooyoung e as vezes até conseguia arranjar-lhes mais tempo para estarem juntos sem serem descobertos. Aquela era sem dúvida uma amizade perigosa para ambas as partes mas ao mesmo tempo tão preciosa e antiga que esses problemas eram elementares.

Enquanto Junsu tentava se acalmar do pesadelo, Taecyeon atira-lhe uma garrafa de água (algo que com outro membro da família seria logo um sacrilégio).

- Obrigado. – Murmura bebendo-a de seguida, sem ligar ao facto de lhe ter acertado no braço.

- O Nichkhun…

- Quem? – Interrompe Junsu.

- O jardineiro. Aquele Tailandês que no outro dia…

- Sim, sim já sei contínua.

Taecyeon revira os olhos.

- Ele disse que viu o Wooyoung a falar com o Chansung – Junsu ia para interromper mas Taec é mais rápido que ele – O cozinheiro que dá comida ao Wooyoung!

- Eu sabia. – Murmurou olhando para o lado.

- Continuando… Pelo que sei, o Wooyoung, ainda anda a rondar a casa e a fugir do trabalho, se continuar assim vai ser logo descoberto.

- Tenho mesmo de falar com ele… - Murmura levantando-se.

- Ah quase me esquecia! O menino Junho está cá. Anda à tua procura.

- Ou a fugir da Mary. – Ri-se.

Lee Junho era dois anos mais novo que Junsu. Eram amigos de infância devido aos negócios entre os pais.

- O que vais fazer quando encontrares o Wooyoung?

- Eu…

Não teve tempo de acabar a frase devido à entrada repentina de Junho que fecha a porta atrás de si e corre para junto de Junsu.

- Como consegues viver com ela! – Exclama o mais novo ofegante de correr.

- Se calhar é porque ela não diz que quer casar desde o infantário. – Gracejou.

- Isso! Ri-te da desgraça dos outros! Rico amigo que tu me sais-te.

- Se tu achas que tens problemas devíamos trocar de lugar.

- Que se passa? O mordomo está a chatear-te? Queres que lhe bata? – Sorri arregaçando as mangas.

- Tocas-me com um dedo que seja e voas pela janela. – Ameaçou Taecyeon sem se importar com as formalidades e com a educação que devia de usar.

Junho olha-o perplexo.

- Tu deixas uma pessoa assim andar cá em casa!? E tratar-me assim!? – Gritou escandalizado.

- Deixa-te disso Junho.

- Ma-ma-mas!

- Não ias à procura del… - Começa Taecyeon mas sendo interrompido por Junho.

- Então os teus “problemas é com miúdas”!? Ouve, se gostas dela…

- Hn… Junho… - Tenta interromper o mordomo mas sem grande sucesso.

- Só tens de a beijar do nada. Acredita elas ficam doidas!

- Mas… - Volta a tentar Taecyeon mas sendo interrompido por Junsu.

- E… Como eu faço isso…?

- HAN!? – Exclama Taecyeon de olhos arregalados.

- Fácil! Ouve Hyung. Primeiro aproximas-te dela com uma cara séria – Junho aproxima-se de Taecyeon com cara séria.

- Que estás a fazer? - Pergunta o mais velho incomodado com a proximidade.

- Depois, fazes contacto visual com os seus lábios e vais-te aproximando aos poucos. – Junho exemplificava com Taecyeon tudo o que dizia.

- Sabes, eu já percebi a ideia… - Interrompe Junsu.

- Ótimo, em seguida só tens de colar os lábios! Simples. – Finaliza.

Quando se ia afastar de Taecyeon, o mais alto puxa-o pela cintura com um braço. Voltaram a ficar com as caras bem próximas e os narizes a tocarem-se. Os olhos contornavam os lábios um do outro diminuindo cada vez mais a distância que os separava.

- Hn… Malta… - Chamou Junsu.

A distancia que separava os dois jovens desapareceu num rápido movimento. Junsu olhava-os de olhos arregalados enquanto, aos poucos, se aproximava da porta para não ver mais do que queria.

Quando finalmente saiu do escritório, cruzou-se com Mary que procurava Junho.

- Mary! – Exclama ao ver a irmã aproximar-se da porta.

- Que é?

- Hn… Eu vi o Junho! Ele… ele está na sala de jogos!

- Sério? Obrigada oppa! – Agradeceu começando a correr na direção da sala.

Junsu suspirou fundo duas vezes. Trancou a porta do escritório e passou as chaves para o lado de dentro. Arregalou os olhos ao ouvir uns barulhos suspeitos. Voltou a suspirar fundo e correu para a cozinha, onde Taecyeon tinha dito que Wooyoung estava.

 

 

- Se continuares a comer assim não passas da porta. – Comentou Chansung.

Wooyoung estava sentado no chão da cozinha a comer tudo o que lhe punham à frente. Chansung e Nichkhun eram os únicos que lá estavam. Os restantes cozinheiros estavam na pausa por não ser hora de refeições e o Nichkhun não trabalhava nas horas mais quentes devido a uma ajudinha de Junsu para lhe mudar o horário.

- Mas afinal o que é que aconteceu? – Pergunta o jardineiro tirando uma peça de fruta da fruteira.

- Eu sei lá. Apenas se sentou ali a comer sem dizer nada.

Wooyoung ignorava tudo o que se estava a passar à sua volta. Estava chateado com o que se tinha passado com Junsu. Estava irritado consigo próprio, pensava que era culpa sua o mais velho o ignorar nos últimos dias.

- Saiam os dois. Não deixem ninguém entrar aqui. – Ordena Junsu aproximando-se de Wooyoung a tremer por todos os cantos.

Chansung e Nichkhun rapidamente obedecem, podiam ser amigos mas acima de tudo ele era o chefe.

- Woo. Preciso de falar contigo.

O mais novo olha para ele com as bochechas cheias de comida, parecia um peixe balão, um peixe balão adorável na opinião de Junsu.

Wooyoung engole a comida enquanto vê Junsu sentar-se no chão ao seu lado.

- Eu… - Começa o herdeiro atrapalhado. – Eu tenho estado assim contigo porque…

- Estás farto de mim. – Conclui a frase enquanto fintava o chão tristemente.

- Quê!?

- Tudo bem. Afinal tão és o GRANDE Kim Junsu, e eu sou só o Wooyoung, o escravo.

- Que raio estás para ai a dizer!? – Junsu olhava-o confuso, nunca pensou que o mais novo se menosprezasse comparado a ele.

- Tudo bem. – Wooyoung forçou um sorriso.

Junsu suspirou fundo e pôs em prático a dica de Junho.

Passou com um braço por cima do mais novo prendendo-o com o próprio corpo. Tentou fazer uma cara séria enquanto aproximava os rostos. Rapidamente se afastou envergonhado quando Wooyoung se começou a rir.

- Que cara era essa!? – Exclama enquanto ria.

Com o nervosismo, Junsu tinha aberto imenso os olhos e feito uma boca estranha.

- Deixa-me! – Resmunga escondendo a cara vermelha nos joelhos.

- Que se passa? – Ainda a rir, passa com a mão nos olhos para limpar algumas lágrimas que caiam de tanto rir.

- Nada! – O rapaz não se lembrava de alguma vez ter ficado tão constrangido. Só queria poder desaparecer ou voltar atrás no tempo.

Wooyoung abraça o braço de Junsu, que contornava as pernas, encostando a cabeça ao ombro do mais velho.

- Tenho saudades tuas… - Murmura o mais novo escondendo a cara no ombro de Junsu.

Aos poucos, Junsu levanta a cabeça ficando a observar o rapaz.

- Desculpa… só não queria ver-te a seres castigado outra vez.

- Prefiro ser castigado do que ter-te a ignorares-me.

- Não volto a faze-lo.

- Promete! – Wooyoung solta o braço do rapaz com uma das mãos e estica-lhe o mindinho.

- Prometo. – O herdeiro ri-se esticando o dedo.

- Agora sela a promessa.

- Wooyoung…

- Vá!

Junsu revira os olhos e junta os polegares.

- Não é assim. – Solta o braço do rapaz e inclina-se para cima dele, roubando-lhe um beijo.

Junsu não hesita nem um segundo antes de agarrar na cintura do mais novo para o puxar para cima de si.

- Espero bem que não seles promessas com mais ninguém. – Brincou Junsu quando o beijo terminou.

- É a minha primeira promessa... – Responde corado deitando a cabeça no pescoço do rapaz.

O mais velho abraça-o carinhosamente beijando-lhe a cabeça.

- Também prometo que vais poder andar por ai livremente e sem castigos e trabalhos forçados. Mas até lá vais continuar escondido, talvez no escritório, ninguém lá vai.

- Hn. – Concordou ainda com a cabeça escondida.

- Confias assim tanto em mim que não queres selar a promessa?

Wooyoung não respondeu.

O herdeiro vira a cara do rapaz com as mãos, voltando a beija-lo.

- Promessa selada… - Murmurou o mais novo entre beijos abraçando-lhe as costas por baixo da camisola.

 

Comments

You must be logged in to comment
No comments yet